Bom, o disco intervertebral é uma estrutura que fica entre as vértebras da coluna vertebral. Ele é composto basicamente de três partes.

O núcleo, mais gelatinoso, o ânulo que é um pouco mais endurecido e duas placas terminais que são bem mais rígidas. A parte mais externa do disco intervertebral é repleta de pequenos nervos sensíveis à dor.

Ocorre que o disco intervertebral está sujeito a degenerações desde a adolescência. Um alguns paicentes esse degeneração pode ser mais importante que em outros. Isso pode ocorrer por fatores genéticos, sobrecarga física, tabagismo e outros fatores ainda não completamente esclarecidos pela ciência.

O conteúdo interno é mais ácido e pode atingir os pequenos nervos que citei anteriormente, causando as dores as quais chamamos de dor discogênica.

O padrão de dor originada do disco intervertebral pode ser muito variado. A maioria dos pacientes queixam-se de dores na parte baixa das costas, eventualmente nos gúteos e parte de trás das coxas.

Muitos referem dores ao curvar o corpo para frente ou para voltar à posição ereta depois de estarem curvados.

O diagnóstico da dor discogênica é feito através da análise da história clínica (características da dor), exame físico (usualmente o paciente tem dor quando palpamos a região atrás do disco) e da ressonância nuclear magnética.

A análise da ressonância deve ser feita com cautela pois sabemos que inúmeros pacientes têm degeneração do disco intervertebral sem que isso seja causa de dor.

Em alguns casos específicos lançamos mão de um bloqueio diagnóstico. Para isso é realizada uma infiltração de anestésico dentro do disco intervertebral com posterior avaliação da dor do paciente. Caso o paciente tenha melhora das dores podemos dizer com maior grau de certeza que de fato as dores vinham do disco.

O tratamento de qualquer dor causada pela degeneração da coluna vertebral inclui o emprego de uma fisioterapia especializada associada a alguns medicamentos analgésicos.

Quando essa combinação não traz bons resultados devemos optar por procedimentos minimamente invasivos. Temos vários procedimentos à nossa disposição.

Alguns incluem a injeção de substâncias anestésicas e anti-inflamatórias dentro do disco intervertebral.

Em casos mais graves podemos queimar os nervinhos que ficam na parte posterior do disco intervertebral com auxílio de agulhas especializadas.

Tentamos evitar ao máximo cirurgias para degenerações do disco intervertebral, exceto para alguns casos de hérnias com características específicas (vide link para hérnia de disco).

A cirurgia para dor discogênica usualmente envolve troca do disco intervertebral com colocação de pinos e parafusos na coluna (artrodese). Não raro isso pode eventualmente até piorar o quadro, Em resumo deixamos a cirurgia com última opção.

Essa é uma pergunta muito frequente e muito importante. A resposta é mais do eu sim, a resposta é “deve”. O sedentarismo é péssimo para dores originadas de processos degenerativos da coluna. O ideal é que seus exercícios sejam orientados por uma equipe especializada.